[Resenha] O tempo não existe: Catraio-tamborim no Morro-Aquarela, de Lucio Panza

Nome: O tempo não existe: Catraio-tamborim no Morro-Aquarela | Autor: Lucio Panza | Gênero: Poesias | Editora: Publicação independente | Ano: 2016 | Páginas: 52

Sinopse: Os versos podem nos levar ao encontro com nós mesmos resultando diversas sensações. Podemos achar respostas ou adquirir mais dúvidas que permeiam nosso imaginário. Nesse trajeto não-linear, a inspiração através da dança vadia das letras transita por lugares e cenas das nossas vidas que nos remetem amor ou nos faz um poeta melancólico e deixa nas mãos do acaso o jugo de nossas vidas. Todas as pessoas têm uma história com cores, aromas e sabores que se tornam melodias nas mãos artesãs da escrita. A importância do sentir, do amar acima de qualquer entendimento, do encontro com um espelho sincero estão compilados nessas poesias que une verdades à peças de ficção que despertam a criança que existe dentro de nós.
Sempre há tempo para a saudade, e; da janela avistamos um morro que pode ser a aquarela de um reino distante ou de um mundo fantástico que nos tire da realidade de uma prisão cotidiana ou até mesmo quem sabe fazer um dezembro, janeiro; janeiro, fevereiro; quinta, quarta-feira ou todo dia sem eira nem beira.
A tradição é viva, posso ser marinheiro ou um catraio-tamborim que retorna a seu pavilhão depois de longas primaveras. Posso ser cavaleiro, deixar minhas pegadas na areia, estender a mão e apaixonado caminhar.
Nesse percurso onde o autor caminha sorrindo, pincela e conta momentos de sua vida desde a tenra infância entre os rabiscos primários e engenhosos desenhos, até se deparar com grandes tribulações da vida adulta faz um convite ao leitor e o encoraja através da poesia embalada aos barulhos dos bichinhos da floresta a contar também sua própria história.

Resenha:

Primeiramente, agradeço ao autor Lucio Panza por ter enviado um exemplar para eu resenhar e firmar uma parceria com o blog. Agradeço também toda a sua simpatia e desejo todo o sucesso a ti!

Agora vamos a resenha...

Não sou nenhuma expert em poesias, mas gosto quando leio e sinto o que o poeta quis passar. No livro de estreia de Lucio Panza, as poesias são singelas e fortes ao mesmo tempo, fazem refletir e sentir. Algo que gostei e percebi em alguns poemas foi que o poeta deixou um pouco de si nas estrofes, tornando os versos mais intensos. A nostalgia foi um sentimento rico nesta obra. A todo momento nos sentimos nostálgicos, lembrando da infância, o que deu a coletânea uma meiguice encantadora.


Algumas poesias mais profundas que outras. Umas te colocam um sorriso no rosto, outras te emocionam. E ainda tem aquelas que te fazem pensar. E isso é o mais belo da poesia, essa versatilidade, essa brincadeira com palavras e rimas que atinge cada um de maneira diferente.

Ao todo, são 22 poesias diversas.  O talento do autor é inquestionável, é um artista.  Suas poesias são lindas e, de forma única, conseguem passar ao leitor suas singularidades. Elas precisam ser lidas com calma, saboreadas, para que possamos tirar toda a essência poética e o sentimento que elas trazem.

Porém, apesar de um trabalho sutil na edição do livro, achei que ficou um pouco simples demais, até um pouco frágil. A capa não é das mais atrativas para mim, talvez seja questão de gosto. Mas a obra possui ilustrações para todas as poesias, o visual também faz parte da leitura, trazendo uma beleza a mais para os poemas. Não sei se foi proposital a predominância do cinza na obra, mas também senti falta das cores. Enfim, mesmo com esse pequeno defeito - se é que pode ser chamado de defeito, já que é só uma questão de gosto pessoal - o livro merece ser lido com o coração aberto, para que a poesia te atinja da forma mais completa possível.


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